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domingo, 17 de março de 2013

Épernay na rota do Champagne


Épernay - na rota do Champagne


Épernay
Uma boa razão para visitar Épernay, é mergulhar nas suas caves e saborear o Champagne!
Esta cidade única, domina a indústria do Champagne e tem o mais alto rendimento per capita da França.

Os imensos campos cobertos de vinhas, transformam esta região numa das mais aprazíveis para passear em França.



Champagne é produzido na região administrativa  de Champagne-Ardenne, cuja capital é Épernay. Foi próximo a Epernay, no povoado de Hautvillers, que os monges Dom Pérignon Dom Ruinart se esforçaram muito para domar os vinhos que fermentavam novamente nas garrafas, fazendo-as explodir.


Aos romanos atribui-se o facto de terem plantado as vinhas na região, embora haja documentos históricos que atestem que a cultura da vinha vem de muito antes, como do famoso escritor de então Plínio, que escrevia já dos famosos vinhos e vinhas desta região, e aos romanos se deve o início da produção dos espumantes em França.
Além da qualidade, o que deu fama ao Champagne foi o facto em Reims, a cidade mais importante de Champagne, terem sido coroados quase todos os grandes reis da França. A coroação acontecia na catedral de Notre-Dame de Reims, construída em 1225, e nas comemorações era servido Champagne Este facto deu-lhe a fama e passou a ser apelidado de " vinho dos Reis".






Com o aparecimento de Dom Pérignon, que era um monge beneditino da Abadia de Hautvillers, em 1670, houve uma "revolução" na produção do champanhe. A Dom Pérignon, um estudioso da matéria, deve-se a descoberta dos cinco principais elementos que em muito contribuíram para o champanhe tal como ele é hoje:
  • A mistura de diferentes vinhos da região, conseguindo que o produto fique mais harmonioso.
  • Separação e prensagem em separado das uvas pretas que predominam em Champagne, obtendo assim um cristalino sumo de uva.
  • O uso de garrafas de vidro mais espesso para melhor permitirem a pressão da segunda fermentação em garrafa.
  • O uso da rolha de cortiça, que permitiu substituir o anterior sistema, pauzinhos de cânhamo embebidos em azeite.
  • A escavação de profundas caves, hoje galerias com vários quilómetros de extensão e usadas, para permitirem o repouso e envelhecimento do champanhe a uma temperatura constante.




Na Avenue de Champagne encontra-se a maioria das Mansões luxuosas de Epernay. Foi uma dessas mansões que fomos visitar! A mansão de Moet & Chandon. Aqui começa a aventura das caves do Chanpagne de Moet & Chandon...




O processo de fabrico do champagne é demorado e caro, sendo praticamente o mesmo de  atrás. Séculos principal alteração no processo foi supostamente introduzida por Nicole Ponsardin, a viúva de Clicquot (Veuve Clicquot), que desenvolveu um método para retirar todo o fermento da garrafa (entretanto, o mais provável é que o método tenha sido criado pelo seu chefe de adega, segundo o livro "Champanhe - Como O Mais Sofisticado Dos Vinhos Venceu A Guerra E Os Tempos Dificeis", de Don e Petie Kladstrup). Antes disso o champanhe era turvo e com aroma residual de lêvedo. Um champanhe comum leva pelo menos dois anos para ficar pronto e os especiais até cinco anos. A casa Moet et Chandon tem 28 km de túneis onde estão armazenadas milhões de garrafas esperando a conclusão do processo de fabricação.







Método champenoise
Esta é uma forma de processar vinhos espumantes  realizando a segunda fermentação na própria garrafa. Este é o método utilizado para a produção do autêntico champagne, também sendo empregado em outros espumantes de qualidade superior. A invenção deste processo é outorgada ao monge beneditino Dom Pérignon.
O método consiste principalmente numa dupla fermentação do mosto, primeiro em tanques, e o segundo nas garrafas, em adega, fazendo o remuage (rotação das garrafas) regularmente.
A primeira fermentação, chamada fermentação alcoólica é idêntica à a que sofrem os vinhos comuns(ou seja não efervescentes). O vinho básico geralmente é vinificado em tanques mas alguns produtores preferem fazer a vinificação em barris de carvalho.
No início do ano (que segue a colheita), os vinhos estão prontos para a mistura (ou corte) em que as proporções podem variar a cada ano incluindo vinhos de diferentes produtores ou mesmo de safras. Nenhum outro AOC na França permite este tipo de mistura de vinho de diferentes safras.


Aqui neste tunel, estão armazenadas 20817 garrafas de Moet et Chandon. Parece mentira não é? vejam a seguir...



Garrafas em processo de fermentação

O processo de fermentação, dura no mínimo 3 anos. Ao longo desse período as garrafas de champagne vão ganhar depósito. Este depósito vai ter de ser retirado...


As garrafas, vão ser invertidas, e são viradas diariamente, para o depósito ficar no gargalo.

Depósito acumulado no gargalo da garrafa.



O Dégorgement, é a ultima remoção do depósito de fermento da garrafa. O gargalo é metido numa espécie de salmoura gelada e o bloco gelado que contem o sedimento é retirado.



Garrafas de Dom Pérignon em repouso



Uma oferta de Napoleão a Jean-Rémy Moet,adquirida em Portugal, em exposição nas caves.


Produto Final!... 

Finalmente chegou o momento de  provarmos o verdadeiro néctar dos deuses... 


A visita termina na loja das caves... Aqui já depende da bolsa de cada um, o "souvenir" que pode trazer para casa!




(Acho que o Dom Perignon fica sempre a sorrir quando nos vê sair com os sacos das compras)



Não parta de Épernay sem visitar os campos da região.

A região produtora de champanhe foi delimitada em 1927 e ocupa uma área de 32 mil hectares.


Quanto às uvas utilizadas, são três: a chardonnay (em maior proporção), a pinot noir e a pinot meunier. Estas últimas são uvas tintas mas os vinhos utilizados, elaborados sem a casca, são brancos.
O champanhe é um corte (mistura de vinhos em proporções determinada pelos enólogos) de trinta a até cerca de duzentos vinhos brancos. O tradicional é feito com um corte de cerca de 30% de vinhos brancos de uvas tintas, o rosé com corte de vinhos tintos, o blanc de blanc, apenas com uvas brancas e oblanc de noir elaborado apenas com uvas tinto.


Aqui no meio das vinhas respira-se tranquilidade...


Os habitantes são amáveis e estão sempre dispostos a darem-nos explicações sobre as diversas castas e métodos utilizados na cultura das vinhas.


As vinhas da Casa Moet & Chandon estão  devidamente assinalas!







Para traz ficam 15 dias de mochila às costas pelas belas paisagens da Europa. 
Enche-se o depósito, vê-se o óleo e a pressão dos pneus...É hora de regressar! 
Breves paragens em Espanha para  petiscar e atestar !... finalmente avistamos a placa: PORTUGAL!
... Apesar de adorar viajar, é tão bom regressar a casa!