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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Santuário do Cabo Espichel



Santuário do Cabo Espichel


Local onde as várias tonalidades do céu convergem nas cores do oceano, o homem ergueu, junto ao abismo, o Santuário do Cabo Espichel.
Aqui dá-se, em toda a sua plenitude, a fusão entre o homem e o sagrado, num calendário cíclico de romaria.









O culto, que actualmente dá por Nossa Senhora do Cabo, com origem no século XIII, tomou a forma de uma romaria que, ao longo dos séculos acolheu também dezenas de cirios vindos também, da outra margem do rio Tejo.
A Ermida da Memória, local de devoção no inicio do século XV, é um marco na paisagem. Os azulejos setecentistas que revestem o seu interior contam a Lenda da Pedra da Mua. esta Ermida que assinala o local onde se acredita ter sido a imagem de Nossa Senhora avistada pela primeira vez, é o elemento arquitectónico mais antigo desde complexo e os seus azulejos são a representação, conhecida, mais antiga de icnofósseis.

A nova igreja, edificada entre 1701 e 1707  por empenho de D. Pedro II, surgiu, imponente, revelando a importância do culto Mariano que aqui tem lugar.

De estilo «sóbrio  e chão», é composta por uma nave única. No interior as paredes têm abundante revestimento em brecha da Arrábida, e o tecto é excepcional: em abóbada pintado a fresco pela mão de Lourenço da Cunha em 1740, considerado , no seu tempo, o melhor dos pintores portugueses no género de arquitectura e respectiva com uma nova concepção de espaço cénico e decorativo. este tecto é a única obra do autor que sobreviveu ao terramoto de 1755.

No inicio do século XVIII, as hospedarias tomaram a forma que hoje conhecemos,. Aqui existiam para além  das casas dos Cirios, um conjunto de infraestruturas que visavam a comodidade dos peregrinos, como poços, chafarizes, tanques, além da Casa da Ópera, palco das encenações com que cada cirio presenteava os peregrinos. A Casa da Água, de 1770, era abastecida pelo aqueduto da Azóia.

As três voltas ao cruzeiro, a arrematação das bandeiras, a romagem da imagem da Santa, continuam a evocar  a vontade de tocar o sagrado, apaziguando o que tem de hostil este lugar.   










Igreja de Nossa Senhora do cabo

Construída entre 1701 e 1707 com uma arquitectura em «estilo chão»  somada a alguns traços do Barroco.
No século XVIII o seu interior é melhorado, com a criação de dez altares laterais pelos romeiros (cirios), a par de trabalhos de pintura dedicados à virgem, no tecto a sua Assunção e nos painéis laterais a sua vida.
No final deste século são retocados os altares dos cirios, construindo-se também a tribuna real junto ao altar-mor.









 





Fortificação de Nossa Senhora do Cabo

O Cabo Espichel foi um ponto de perigo nas rotas marítimas da antiguidade, sendo assinalado em roteiros do século VI a.C. e IV d.C.  como "Akra Barbarion" e "lugum Cempsicum". No século XVIII é construído um farol que facilitava a navegação junto do cabo e que ainda hoje está em funcionamento.

A localização estratégica do promontório do Espichel levou à construção do forte de Nossa Senhora do Cabo, terminado em 1672, mas que em meados do século XIX, é abandonado, entrando em ruínas.









Farol do Cabo Espichel

Existem algumas referencias a um farolim que foi instalado neste sitio em 1430 pela Irmandade de Nª Senhora do cabo. No entanto o actual farol foi inaugurado em 1790.
Inicialmente a luz do farol era alimentada por azeite, mais tarde foi utilizado o petróleo e só em 1926  a electricidade chegou ao farol.


 

 






 







Hermida da Memória



A Hermida da Memória data de finais do século XV, posui no seu interior um conjunto de azulejos que narram a lenda da aparição da Senhora do Cabo, em 1410, e a posterior construção do Santuário no século XVIII.

A lenda relata o sonho de dois idosos, que vêem a santa ser carregada por uma mula branca subindo a falésia e marcando o trilho dos seus cascos.
este trilho foi mais tarde identificado como sendo de dinossáurios saurópodes do Jurássico Superior. Em 1997 foi classificado como Monumento Natural.





















Casa da Ópera 

Edificada em 1770, era destinada a prover animação cultural, sobretudo teatro para os romeiros e festeiros, tendo sido muito utilizada em espectáculos promovidos pela família real, que no santuário também se mantinha durante todo o período de romaria.

No seu palco chegaram a actuar os maiores artistas e grupos de teatrais da Europa, sobretudo italianos, tendo o edifício divisões de apoio que asseguravam a permanência destes grupos durante as festividades.

















Casa da Água

A Casa da Água foi construída em 1770, por iniciativa de D. José I e era abastecida pelo aqueduto da Azóia.
No interior tem uma fonte em mármore e bancos de pedra ao longo das paredes.