Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra
O Palácio Nacional de Mafra possui uma das mais importantes bibliotecas portuguesas, com um valioso acervo, sendo considerada também uma das mais bonitas do mundo.
Localizada na ala nascente do Convento de Mafra ao nível do quarto piso, a Biblioteca ocupa a mais nobre e vasta de todas as salas do Monumento, constituindo a mais típica Livraria monástico-real do século XVIII existente em Portugal, onde se aliam as riquezas do pensamento com o trabalho artístico.
Medindo 83,60 m de comprimento, nela sobressaem à primeira vista as magnificas estantes entalhadas em estilo «Rocaille», repletas de obras preciosas.
As estantes que emolduram o salão nobre, bem como o pavimento em mosaicos composto de mármore de diversas cores, só começam a ser construídas no reinado de D. José, estando anteriormente os livros da comunidade religiosa recolhidos provisoriamente em duas salas separadas que funcionavam como livrarias independentes.
Em Maio de 1771, por determinação do Marquês de Pombal, instalaram-se no convento os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, os quais vieram substituir os Franciscanos da Província de Santa Maria da Arrábida que o habitavam desde 1730.
Durante algum tempo, os novos ocupantes mantiveram ainda os livros nas salas primitivas, até que decidiram mudá-los para outras duas contíguas à inacabada «Casa da Livraria» que desde logo mandaram concluir à custa dos fundos ricos da sua Ordem, encomendando as majestosas estantes e os restantes trabalhos ao arquitecto Manuel Caetano de Sousa.
Porém, tendo a rainha D. Maria I ordenado em 1792 que os Cónegos Regrantes abandonassem o Convento de Mafra, para darem novamente lugar aos franciscanos, a obra ficou por concluir e assim os livros permaneceram ainda por espaço de dois anos fora do seu definitivo lugar.
Finalmente em 1794, sendo bibliotecário o Padre Mestre Frei João de S. José, conseguiram os frades arrábidos autorização régia para utilizarem as novas estantes, mesmo incompletas, atendendo a que só lhes faltava dourar a obra de talha e pintar os bustos dos escritores clássicos nos medalhões.
A primeira tentativa de classificação e arrumação sistemática das inúmeras obras só se efectuou em 1797, devido à iniciativa do Padre Mestre Bibliotecário, Frei Joaquim da Conceição. Com a morte deste, ocorrida um ano depois, todo o trabalho ficou suspenso, só vindo a ser retomado após a expulsão das tropas francesas que se haviam fixado em Mafra em finais do ano de 1807.
Com a nomeação de Frei João de Sant'Ana para bibliotecário, em 1809, veio por fim a biblioteca do convento de Mafra encontrar na pessoa deste erudito franciscano o seu grande organizador e o seu mais dedicado defensor.
Embora com pequenas diferenças, a ele se deve a arrumação sistemática que os livros actualmente apresentam, sendo também de sua autoria um volumoso catálogo, onomástico, manuscrito e ainda inédito, que abarca todas as obras existentes na livraria até ao ano de 1819 e ainda hoje presta os melhores serviços aos estudiosos e investigadores.
O valioso recheio da Biblioteca é composto por cerca de 40.000 volumes, predominando as obras impressas dos séculos XVI, XVII e XVIII, nacionais e estrangeiras. A Teologia, a Escritura Sagrada,, o Direito Canónico, a História Eclesiástica, a História Secular, a Literatura Clássica e Moderna, a Geografia, a Filosofia e o Direito formam os seus núcleos mais importantes.
De entre as obras impressas merecem especial realce, pela sua raridade, vinte e dois incunábulos, todos eles estrangeiros e alguns iluminados.
A colecção de manuscritos, é em confronto com a dos impressos, relativamente pequena, avultando certo número de pergaminhos avulsos, códices, diversos documentos referentes a diferentes conventos, 1000 processos de habitação «de genere» dos noviços para ingressarem na Ordem Franciscana da Província da Arrábida e ainda uma quantidade muito significativa de cadernos de música manuscrita dos mais famosos compositores nacionais do último quartel do século XVIII e princípios do XIX.
São dignos de especial atenção os códices iluminados (séculos XV e XVI), em número de dezasseis, devendo destacar-se os Livros de Horas e dois forais de D. manuel I.
A Biblioteca possui também 41 cartas geográficas dos séculos XVIII e XIX.
A biblioteca de Mafra é mundialmente conhecida por acolher morcegos, que a ajudam a preservar as suas obras. Ao principio da noite os morcegos saem dos seus abrigos para se alimentarem, comendo todos os insectos existentes na biblioteca. Cada morcego alimenta-se de cerca de 500 insectos numa só noite o equivalente à metade do seu peso. Esta foi a principal razão que levou o jornal norte-americano Book Riot a eleger esta biblioteca como a mais espectacular do Mundo!
Dicas
Horários do Palácio de Mafra
Palácio: Das 09.00h às 18.00h (última entrada 17.00h)
Núcleo de Arte Sacra e Enfermaria encerram das 13.00 às 14.00h
Tempo médio da visita c. de 1.30h
Biblioteca (leitores)
Dias úteis - das 09.30h às 13.30h e das 14.00h às 16.00h
Tempo médio da visita c. de 1.30h
Biblioteca (leitores)
Dias úteis - das 09.30h às 13.30h e das 14.00h às 16.00h
Basílica:
Diariamente das 09.30 às 13.00h e das 14.00 ás 17.30 h
Encerramento Terças-feiras e nos dias 1 de Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de Maio, Quinta-feira da Ascensão/Espiga (Feriado Municipal) e 25 de Dezembro
Acessibilidade
Não acessível a pessoas com mobilidade reduzida.
Não é permitida a entrada de animais, excepto cães-guia
Nota - Não é permitida a entrada de malas de viagem, mochilas, volumes grandes ou objectos contundentes.
Estacionamento
Não é permitida a entrada de animais, excepto cães-guia
Nota - Não é permitida a entrada de malas de viagem, mochilas, volumes grandes ou objectos contundentes.
Estacionamento
Na zona exterior do Monumento, fachadas norte e sul.