Mercado de Estremoz
Antigamente era através dos mercados de rua que os agricultores
vendiam os seus produtos. Com o passar dos tempos, os mercados passaram a
realizar-se em edifícios fechados com bancadas apropriadas à venda dos
produtos, com melhores condições para os vendedores e para os
consumidores.
Mas em algumas localidades do país os mercados de
rua tradicionais têm-se mantido ao longo dos tempos, e são uma
referencia para quem quer comprar produtos frescos de qualidade e também
para turistas.
Um dos mais emblemáticos é o Mercado de Estremoz.
Aos sábados de manhã, no Rossio desta localidade, pode visitar o mercado semanal.
Além de frutas e legumes frescos de produtores da região, ainda encontra queijos e enchidos Alentejanos e aves de capoeira.
Funciona em paralelo um mercado de velharias e antiguidades que merece ser visitado!
Nem a manhã de forte nevoeiro retirou a beleza ao mercado de Estremoz, muito pelo contrário, até lhe deu um ar misterioso.... quase como se recuasse-mos no tempo, e a Rainha Santa Isabel nos fizesse companhia enquanto deslizávamos pelo recinto do mercado encantados com tão belos produtos!
Uma carrinha adaptada para a venda e transporte de perus!
Negociar um galo ou uma galinha parece algo simples.... mas garanto que não é!
Primeiro o animal é escolhido a "dedo" como se diz no Alentejo e depois é "acondicionado" de modo a seguir "confortável" para casa!
Mas não pensem que todos os animais que aqui se compram vão directos para o tacho! Não senhora, muitos deles vão para uma "casa" nova onde "eles" vão ter de fazer justiça à condição de macho, e garantirem que a raça não se perde...
E "elas" vão ter a tarefa diária de colocar um ovo e de os chocarem, a não ser que queiram ser a cabidela do almoço de domingo!
O mercado de velharias e antiguidades merece um pouco da nossa atenção...
E para reconfortar o estômago e dar descanso às pernas faça uma pausa na pastelaria que se emcontra junto ao mercado e não deixe de provar o típico "Bolo Rainha Santa", que é uma delicia!
A Rainha Santa Isabel faz parte da memória colectiva de todos os
Estremocenses, quer devido à referência que foi, a nível nacional,
enquanto embaixadora dos pobres e dos mais desfavorecidos, quer no que
diz respeito à sua passagem e permanência no castelo de Estremoz, onde
acabaria por falecer, a 4 de Julho de 1336.
A bondade da Rainha era conhecida de todos e é especialmente por essa
sua característica que todos a reconhecem. São-lhe atribuídos muitos
actos de caridade e, inclusive, a realização de vários milagres, sendo o
Milagre das Rosas o mais conhecido.
Para além da sua bondade para com os mais pobres, a Rainha interveio
várias vezes a favor da paz. Foi, aliás, uma dessas suas intervenções
(tentar travar a guerra entre o seu filho e o rei de Castela) que a fez
deslocar a Estremoz, onde, com 66 anos, debilitada e enfraquecida pela
febre e pelo cansaço, acabaria por falecer.
Conta-se em Estremoz que, em homenagem à Rainha que sempre foi
considerada santa, os Estremocenses quiseram reconhecer a sua gratidão
pelas suas obras de caridade, pintando os rodapés das casas de cor
preta, em sinal de luto, facto que, ainda hoje, se pode verificar em
várias artérias do bairro medieval da cidade.
Este bolo típico da cidade, tem por finalidade homenagear a Rainha Santa Isabel.