sábado, 27 de fevereiro de 2016

Tarte de limão merengada







Ingredientes



200 g de bolachas amanteigadas
80 g de manteiga
1 lata de leite condensado
3 a 4 limões (raspa de 1 e ± 1 dl de sumo)
5 ovos
150 g de açúcar


Preparação



Ligue o forno e regule-o para os 220 °C. Separe as gemas das claras e bata as gemas com o leite condensado.


Entretanto rale as bolachas, misture-as com a manteiga e espalhe sobre o fundo e lados de uma forma de tarte.


Tire a raspa da casca a 1 dos limões com um ralador e esprema o sumo a todos. Junte raspa e sumo à gemada e deite tudo na forma.


Leve ao forno e aproveite para bater as claras até começarem a espumar. Junte então o açúcar e continue a bater até obter um merengue bem firme.


Passados 10 a 15 minutos da tarte estar no forno, espalhe sobre a superfície o merengue em colheradas.


Reduza o calor do forno para os 160 ° C e leve de novo a tarte ao forno até o merengue estar dourado.
























sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Fornos de carvão vegetal


Fornos de carvão vegetal 
(Alentejo)


Antigamente os fornos de carvão existiam em grande quantidade no Alentejo, hoje em dia é cada vez mais difícil encontra-los em funcionamento, quer por questões ambientais ou por falta de interesse na dura profissão de carvoeiro.





Quando nos aproximamos da propriedade onde funcionam os fornos de carvão em Montemor-o-Novo, a primeira coisa que nos vem à cabeça é que estamos perante uma paisagem africana....





Antes da chegada da Primavera, as azinheiras e os sobreiros são limpos "a esgalha". A lenha resultante dessa tarefe é utilizada para aquecimento nas lareiras ou para fabricar carvão vegetal nos fornos de carvão.
Os fornos são construídos com tijolo ou pedra em forma de "iglo" e são cobertos de terra de boa qualidade.
Enche-se o forno de lenha e fecha-se a porta com tijolos depois de se atear fogo. Um ou dois tubos laterais são as únicas aberturas existentes para o exterior, que funcionam como chaminés permitindo a combustão da lenha.
A madeira no forno vai ser submetida a altas temperaturas durante 3 a 5 dias, dando origem ao carvão.
Depois de aberto o forno, o carvão vai ser partido em pedaços pequenos e embalado em sacos de papel.
O forno fica em arrefecimento cerca de uma semana até receber nova fornada de lenha.





O carvão vegetal tem diversas utilizações, mas a maior parte destina-se a ser utilizado em churrasqueiras.
A qualidade do carvão proveniente do montado Alentejano é excelente, pois as brasas da lenha de sobro e de azinho duram muito mais tempo do que as de qualquer outro tipo de madeira.




mapa google

Os fornos de carvão em Montemor-o-Novo situam-se no seguimento da Rua Jaime Cortesão, nos arredores da cidade.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Santuário de Nossa Senhora da Visitação




Santuário de Nossa Senhora da Visitação

Montemor-o-Novo
(Alentejo)







Origem do Santuário

Como relatam os cronistas da época, o Rei D. Manuel I, em 1496, aproveitou a realização das Cortes de 1495-1496, no Castelo de Montemor-o-Novo, para investir solenemente Vasco da Gama, que em privado tinha sido escolhido em Estremoz, como comandante da Esquadra que iria descobrir o Caminho Marítimo para a Índia.
Em homenagem à realização de tal proeza foram erguidos importantes monumentos em Portugal, entre os quais a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos.
Montemor-o-Novo, onde essa célebre viagem fora decidida e onde lhe foi entregue o valoroso Comandante, não podia ficar indiferente.
Embora ainda não se conheça o documento escrito sobre a data da construção do santuário de Nossa Senhora da Visitação, é fora de dúvida, como reconhecem vários autores, (1) que nele se encontra um indesmentível testemunho de agradecimento à  Mãe de Deus, sob o título de Nossa Senhora da Visitação, cuja festa fora instituída pelo Papa Urbano VI e confirmada pelo Papa Bonifácio IX em 1383 e depois, em 1441 pelo Sínodo de Basileia.
A celebração anual dessa festa, em 2 de Julho, em todo o reino de Portugal, foi ordenada por D. Manuel I a partir de 23 de Maio de 1516,  e por ele incluída nas suas ordenações.
Pode-se concluir que este santuário de Nossa Senhora da Visitação testemunha a gratidão dos montemorenses à sua celestial Protectora e simultaneamente do seu patriotismo pela epopeia dos descobrimentos







O Santuário ostenta no centro da frontaria exterior um painel de azulejos de 1730, recentemente restaurado que representa a visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel, atribuído ao  ceramista Oliveira Bernardes.




Painel de azulejos original e  restaurado



No decurso dos anos foram acrescentadas algumas construções laterais ao edifício, para utilidade dos peregrinos.

A portada, em granito trabalhado, é um "arcaizante modelo de arte manuelina" na opinião autorizada de Túlio Espanca e por todos considerada de grande importância para a determinação da época da construção do edifício.

A abóbada foi logo de inicio enriquecida com artísticos florões e nervuras, imitando cantaria de granito.

As paredes, no ano de 1606, foram ornamentadas com pinturas a fresco, representando cenas da vida de Nossa Senhora, a árvore de Jessé com a genealogia da Santíssima Virgem e arabescos diversos, que em 1730 ainda se mantinham.
Nos princípios do século XVIII foram progressivamente substituídos por painéis de azulejos, a começar pela capela-mor, com cenas da vida da Virgem Maria, da autoria de Oliveira Bernardes,

Os dois altares laterais, em talha dourada e marmoreada, são da época de D. José cerca de 1750, sendo moderno o altar mor.

O arco-mestre é quinhentista.







Venerada imagem da Nossa Senhora da Visitação

(Imagem actual da Nossa Senhora no Altar)

"É de roca, de fins do século XVII, Louvada encomiasticamente pelo Pe.Fr. Agostinho de Santa Maria, no Santuário Mariano (1718), substitui, certamente, a primitiva imagem" (2)






A primeira imagem de Nossa Senhora da Visitação

Segundo Túlio Espanca, "a primitiva imagem, desconhecida das gerações modernas, poderia ter sido, no período seiscentista, esta curiosa imagem da Virgem com o Menino, de madeira estofada. (3)








A sala das velas encontra-se por trás do altar-mor





Nas paredes da  Capela-Mor, quatro medalhões  em gesso figuram os Evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João.




A Vida da Virgem em painéis de azulejos 

Dado o seu valor artístico fazemos a Interpretação dos painéis de azulejos com tradução de latim para português:


1º painel à direita de quem entra - Nascimento de Nossa Senhora
"Disse Deus à serpente: a Mulher te esmagará a cabeça" (Gén 3,15). (A imaculada filha de São Joaquim e de Santa Ana, descendentes do célebre Rei David, predilecto de Deus)

2º painel à direita  - Apresentação de Nossa Senhora no Templo
"Pelo teu grande amor, entro em tua casa, teu sagrado santuário" (SI 5,8).

3º Painel à direita  - Seu casamento com São José
"O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma virgem prometida em casamento a um homem chamado José. O nome da Virgem era Maria" (Luc 1,27).

4º Painel à direita - Revelação do Anjo a São José
"O Anjo disse a José: não temas receber Maria como esposa porque ela concebeu pelo Espirito Santo, dará à luz um filho que vai salvar o seu povo dos seus pecados" (Mt 1.20).

5º Painel à direita - Adoração dos Magos
"Os Magos, entrando na casa viram o Menino com Maria, sua mãe. Ajoelham-se diante dele e abrindo os seus cofres oferecem-lhe presentes" (Mt 2, 11).

6º Painel à direita - Apresentação de Jesus no Templo
"Semeão tomou o menino nos braços, bendisse a Deus e disse: Este menino será  ocasião de salvação e condenação de muitos, sinal de contradição. E a Maria disse: uma espada te há-de atravessar a alma" (Luc 2, 35).

7º Painel à esquerda - Fuga para o Egipto
"De noite, um anjo disse a José: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egipto, fica lá até que te avise, pois Heródes vai procurar o menino para o matar" (Mt 2,13).

8º Painel à esquerda - Descida do Espírito Santo
"No dia de Pentecostes, todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar como o Espírito lhes concedia" (Act. 2,4).

9º Painel à esquerda - Morte de Nossa Senhora
"Em tudo descansarei no Senhor, que é a minha herança" (Edo, 2)

10º Painel à esquerda - Assunção de Nossa Senhora
"Maria é elevada ao Céu, alegrem-se os Anjos"

11º Painel à esquerda - Coroação de Nossa Senhora
"Apareceu no céu um grande sinal: Uma mulher revestida com o sol, tendo a lua debaixo dos pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas" (Ap 12,1).

1º painel junto ao altar à direita - Anunciação do Anjo à Virgem Maria
"O próprio Senhor te dará um sinal: A virgem conceberá e dará à luz um filho, que será Deus connosco" (Is 7, 14).

2º painel Junto ao altar à direita - Visitação de Nossa Senhora A Santa Isabel
"Maria partiu para a região montanhosa da Judeia, entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel" (Luc 1,39).

1º painel junto ao altar à esquerda - Nascimento de Jesus
"Maria deu à luz o seu filho primogénito" (Lc 2,7).

2º painel junto ao altar à esquerda - Circuncisão do Menino
"Quando se completavam os oito dias para a Circuncisão do Menino, deram-lhe o nome de Jesus" (Luc 2, 21).


Algumas fotos dos painéis anteriormente referidas:

Apresentação de Nossa Senhora no Templo)




Seu casamento com São José



Apresentação de Jesus no templo



A fuga para o Egipto



Descida do Espírito Santo



Morte de Nossa Senhora


Museu de Ex-Votos

Enorme quantidade de ex-votos (promessas) encontram-se expostos no santuário testemunhando a grande devoção popular a Nossa Senhora da Visitação. Entre eles encontra-se um notável Presépio estilo "Machado de Castro", trabalho paciente e demorado do montemorense Joaquim José Faisca, dos finais do século XIX, e as carcaças de um grande crocodilo e de uma jibóia, trazidos do ultramar.







A enorme quantidade de recordações deixadas  ao longo dos anos pelos crentes que têm procurado  o Santuário, para agradecerem ou implorarem os benefícios da Nossa Senhora da Visitação são testemunho da sua importância.





Ex-Votos pintados à mão em agradecimento à Nossa Senhora.








Presépio feito por Joaquim José Faisca




Calçada e escadaria

De notar a construção de um caminho penitencial calcetado à antiga portuguesa que conduz à escadaria de acesso ao adro.







A proximidade deste santuário é curiosamente assinalada por grandes cruzeiros de pedra, provavelmente relacionados com diferentes procissões.



Cruzeiro frente à porta do santuário


Um cruzeiro situado na frente da porta da entrada a dez metros de distancia, construído em mármore com data de 1663 gravado na base foi danificado por um acidente de viação, foi restaurado e colocado na rectaguarda do santuário sendo substituído pelo actual em granito.







Outro dos cruzeiros Situado junto ao inicio da calçada, a cem metros de distancia do Santuário, à margem da estrada Municipal, foi construído em mármore.





Antigo cruzeiro de 1663 restaurado (referido anteriormente).





A lenda





A imaginação popular inventou várias lendas relativas a este santuário. Mostram a grande importância e a antiguidade,  que o colocam entre os principais do sul do país.
Sendo a  lenda mais conhecida a do local da construção do Santuário.

Conta-se que ao iniciarem os preparativos para a construção do Santuário no sopé da colina, junto à Fonte Santa, nas margens da estrada  nacional, os operários deram com o estranho desaparecimento das ferramentas, durante a noite, e na manhã seguinte o seu reaparecimento no alto da colina. Isto ter-se-ia dado vários dias, o que levou à decisão de escolherem então o monte em que se encontra.





Montemor-o-Novo, ao fundo no cimo da colina vê-se o Santuário de Nossa Senhora da Visitação



A devoção dos montemorenses a Nossa Senhora

Muito antes da entrega do Foral de D. Sancho I a Montemor-o-Novo, em 1203, logo a seguir à reconquista, por D. Afonso Henriques aos mouros, os habitantes desta povoação edificaram  a sua primeira igreja, que dedicaram a Santa Maria. Nela se reuniam a invocar a celeste protecção, perante os frequentes assaltos sarracenos. Pouco tempo depois, com a colaboração do Bispado de Évora, edificaram também a preciosa e monumental igreja matriz a que deram o título de Santa Maria do Bispo.
Infelizmente estas igrejas foram arruinadas com o terramoto de 1755.





Pórtico das ruínas da Igreja de Santa Maria do Bispo (castelo de Montemor-o-Novo) ricamente ornamentado com variados trabalhos artísticos.








(1)- Dr. Jorge Fonseca "A ermida de Nossa Senhora da Visitação de Montemor-o-Novo, e os seus ex-votos", p.6,1999.

(2)- Túlio Espanca - Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Évora p.327

(3)- Túlio Espanca - Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Évora p.327 e seg.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Migas de Espargos Bravos








Migas de Espargos Bravos



Ingredientes:


400 gr de espargos bravos
600 gr de miolo de pão Alentejano duro
1 dl de azeite
2 ovos inteiros
4 dentes de alho
sal q.b.

1 folha de louro
Carne de conserva   frita (veja como fazer  AQUI  ) 


 Preparação:

Coza os espargos em água e sal e reserve a água
da cozedura.
Pique os espargos.
Faça um refogado com azeite os alhos picados e o louro.
Quando os alhos estiverem lourinhos, junte os espargos picados e deixe refogar mais um bocadinho adicionando um pouco de gordura proveniente da fritura das carnes.
Embeba o miolo de pão com a água da cozedura dos espargos.(não pode ficar com excesso de água)- Bata com uma colher de pau.
Adicione o pão ao preparado anterior, os ovos e mais um bocadinho da gordura da carne envolvendo bem!
Vá dando a volta ao taxo para enrolar as migas.
Sirva com carne de conserva frita e laranja.


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